EU, MULHER AFRICANA, NEGRA E ESTRANGEIRA.
Sendo uma mulher Africana, negra e estrangeira, lido com muitas, mas muitas questões que outras mulheres brancas, portuguesas não conhecem. Com isto, não quero dizer que eu sou uma coitada e tu és a vilã da história, com isto, não quero eu dizer que eu não vou conseguir nada e preciso de ajuda para realizar os meus sonhos, com isto, eu não quero dizer nada além do que eu disse: Eu, enquanto mulher Africana, negra e estrangeira, lido com muitas questões que outras mulheres brancas, portuguesas não conhecem. Só isto…Sim, “só”.
Uma das coisas que eu digo sempre às minhas amigas é que eu tenho uma narrativa diferente, porque vivo coisas diferentes (apesar de ter algum privilégio que para a próxima falaremos sobre), por ser quem eu sou e por estar onde eu estou. Daí a necessidade de empoderar mulheres que se identificam comigo, que sabem do que falo e que vivem o que vivo. Qualquer, repito, qualquer mulher, lida com diversas questões que incluem o machismo e o sexismo por exemplo, mas imagina só uma mulher ter de lidar com tudo isto, e ainda levar com a questão racial, que ainda predomina em vários ambientes e contextos? É aí que eu tento sempre abrir um debate gigante com as minhas amigas brancas, com os meus amigos brancos e com pessoas que não percebem nada sobre privilégios raciais, mas que beneficiam deles.
A sensação de que estão constantemente a invalidar a minha fala, não é só uma sensação.
A impressão de que já olham para mim com uma cara de confusos quando começo a falar, partindo do pressuposto de não vão entender, mas ficam depois chocados com a fluência, não é só uma impressão.
A ideia de que eles olham para mim à espera de algo “exótico”, rebelde, fantástico e de puro entretenimento, não é só uma ideia.
O discurso de que lutamos e por vezes temos de dar 3 vezes mais para conseguir aquilo que outros conseguiram só com um “chute”, não é "só um discurso", é a representação oral de uma vivência forte, dura e crua.
Uma das coisas que eu mais valorizo em todo este universo, é a escuta ativa de quem pouco sabe, mas se preocupa. Fiz-me entender? Há muita gente que não conhece este tal sistema de privilégios do qual tira proveito todos os dias, mas ouvir o outro lado, prestar atenção nas outras falas e procurar perceber os males que outros vivem, é o primeiro passo para uma mudança.
Porque tudo o que uma mulher negra menos quer, é ser silenciada.
Dizem que nos querem dar voz, engraçado que voz sempre tivemos, mas todas as vezes que tentamos projetá-la, somos reprimidas e a nossa narrativa é constantemente diminuída.
Sai da tua zona de conforto e tenta ouvir quem não faz parte do teu círculo de amigos. Faz isto de mente limpa e aberta…Tudo isto nunca fez mal a ninguém.
Navváb A. Danso
Uma das coisas que eu digo sempre às minhas amigas é que eu tenho uma narrativa diferente, porque vivo coisas diferentes (apesar de ter algum privilégio que para a próxima falaremos sobre), por ser quem eu sou e por estar onde eu estou. Daí a necessidade de empoderar mulheres que se identificam comigo, que sabem do que falo e que vivem o que vivo. Qualquer, repito, qualquer mulher, lida com diversas questões que incluem o machismo e o sexismo por exemplo, mas imagina só uma mulher ter de lidar com tudo isto, e ainda levar com a questão racial, que ainda predomina em vários ambientes e contextos? É aí que eu tento sempre abrir um debate gigante com as minhas amigas brancas, com os meus amigos brancos e com pessoas que não percebem nada sobre privilégios raciais, mas que beneficiam deles.
A sensação de que estão constantemente a invalidar a minha fala, não é só uma sensação.
A impressão de que já olham para mim com uma cara de confusos quando começo a falar, partindo do pressuposto de não vão entender, mas ficam depois chocados com a fluência, não é só uma impressão.
A ideia de que eles olham para mim à espera de algo “exótico”, rebelde, fantástico e de puro entretenimento, não é só uma ideia.
O discurso de que lutamos e por vezes temos de dar 3 vezes mais para conseguir aquilo que outros conseguiram só com um “chute”, não é "só um discurso", é a representação oral de uma vivência forte, dura e crua.
Uma das coisas que eu mais valorizo em todo este universo, é a escuta ativa de quem pouco sabe, mas se preocupa. Fiz-me entender? Há muita gente que não conhece este tal sistema de privilégios do qual tira proveito todos os dias, mas ouvir o outro lado, prestar atenção nas outras falas e procurar perceber os males que outros vivem, é o primeiro passo para uma mudança.
Porque tudo o que uma mulher negra menos quer, é ser silenciada.
Dizem que nos querem dar voz, engraçado que voz sempre tivemos, mas todas as vezes que tentamos projetá-la, somos reprimidas e a nossa narrativa é constantemente diminuída.
Sai da tua zona de conforto e tenta ouvir quem não faz parte do teu círculo de amigos. Faz isto de mente limpa e aberta…Tudo isto nunca fez mal a ninguém.
Navváb A. Danso
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