DO NADA E POR NADA

São várias folhas em branco, vários pensamentos à solta e vários momentos de espanto.
Do "nada", nem tudo é brando!  Há uma extrema direita a caminhar com muito apoio e racistas tiraram as máscaras para poderem manifestar quem sempre foram.

Por nada, tiros à queima roupa, violência verbal que começa a metros de distância, vontade movida pelo ódio que os faz inclusive se perderem na balança. 

Portugal nunca foi de brandos costumes, mas é o que ensinam nas escolas e é o que evidentemente lutamos contra. Mas a verdade é que o conforto e a alegria dos que sempre foram e serão protegidos é enorme. Não é do nada que todos irão abdicar de construções para se submeterem a novas versões, mas acredita que também não é do nada que nos matam nas ruas e nos escondem a ponto de não chegarmos como deve ser nas notícias.

O ódio moveu e move gente. O ódio pelo ódio não se coloca na mesa e nem é assunto pendente. 

Enquanto discutimos se existe, enquanto tentamos ser suaves e explicamos como se fossemos professores do ensino básico, eles preparam armas, usam palavras, recarregam os atos e manifestam tudo sem desgaste. Enquanto não entramos em conversas profundas porque queremos fazer parte deste mundo, eles organizam marchas e cultos, escrevem e-mails e sentem-se no direito de nomear os que deveriam ser expulsos. Resgatam um sentimento dito puro, que sempre existiu, mas com alguma sorte sempre gostou de dormir muito.

A revolução é a palavra mais temida. É aquele conceito que desviamos sempre e nem sequer exploramos de maneira decente. 

A revolução é a água que todos admiram, mas poucos chegam perto porque sabem que o nível de profundidade é incerto. É o que muitos gostam de ler para se inspirar de modo a reproduzir discursos e nunca marchar! 

A revolução é bonita para se contar, comemorar e mencionar, mas não dá jeito adotar, consome muito tempo, muitas mentes e faz perder conforto a muita gente.

A revolução é chata, a mudança de atitudes custa muito, mas tapar os olhos e fingir que foi mais um definitivamente nos devia matar por dentro. 




Navváb A. Danso

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