AUTO? QUALQUER ATO.

Me rendi aos encantos dos meus sonhos, disseram que fazia sentido ter um objetivo e uma luz para a qual olhar, quando tudo parecia estar apagado e infeliz. Foquei e dei tudo de mim, me esforcei e até hoje faço tudo isto como se fosse uma luz acesa e perigosa em mim.

Mas aprendi a parar, a reflectir, a ponderar, a amar e a recuar. Aprendi a cuidar, a olhar e a deixar sarar as feridas que nunca foram grandes, mas que das quais minha mente tinha medo e fazia delas quase que gigantes.

Falaram de amor próprio e eu não percebi. Afinal, como é que isto funciona? Amar e amar, mas nunca reclamar! É-me impossível sobreviver nesta farsa de que tudo é perfeito e de que tudo está no seu devido lugar. Nem tudo reflecte amor quando vejo, há coisas que me trazem pensamentos de raiva e desgosto, mas aprendi a cuidar e entender todo este alvoroço, porque afinal sou eu, tem passado, tem presente e há de ter futuro, na verdade, tudo vai correr bem! Reinventei esta cena, não vale a pena amar por amar e não entender a dor e os porquês de tanto ódio e necessidade do amor.

Limitaram todo este discurso ao corpo, mas eu elevei ao passado, às acções, ao presente, aos pensamentos e aos sermões que dou a mim mesma em frente ao espelho por ter perdido a coragem de voltar e dizer o que eles bem mereciam ouvir. Escolhi a paz e o amor dentro do ódio e do rancor, mas nem sempre é assim. Escolhi a luz, as fases coloridas e a alegria, mesmo quando só havia uma cor, um padrão, um chamar e uma só razão. Aceitar quem somos é profundo, não se limita ao corpo e nem a coisas deste mundo.

Tornei-me uma autêntica ditadora para os meus pensamentos maus, embora eu os aceito e tento entender de onde surgiram e até quando tencionam reinar na minha mente e tornando grande o meu tormento.

É chato falar de coisas que fazem falta ou que ainda faltam desenvolver. A verdade é que falar de aceitação e confiança é meter na defesa a equipa toda. Defesa porque falta algo, defesa porque temos algo a esconder e não estamos prontos para desprender daquilo que absorvemos sem filtros e levamos a letra como se fosse verdade absoluta, mas afinal são ditos.

Queria me auto sabotar com um texto, mas pelas mesmas razões nunca o fiz, falei a verdade e me convenci de que mostrar as fraquezas nem sempre é sinal de que perdi. Sofrer faz parte, conhecer é uma obrigação, aceitar é um processo, reconhecer já é início para evitar um retrocesso.

Tão bom reencontrar o teu ser quando tudo estiver perdido e reconhecer que afinal, nem tudo é em vão e o único caminho é respeitar o nosso tempo, mesmo aquele que fora perdido. Respeitar a nossa velocidade e o nosso conhecer, não esquecendo que amor nunca acontece por motivos e almas simplesmente sacudidas.



Navvab A. Danso



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