O CORPO QUE NÃO PEDIRAM, MAS INVADIRAM


Eu prometo que vou fazer parte desta reviravolta.
Um corpo e uma mente que vai voar por janela afora, à procura de mais corpos e mais mentes para influenciar e fazer a diferença agora.
Eu prometo não me desesperar quando sussurrarem nos meus ouvidos e causarem dor aos meus sentidos.

Eu prometo seguir em frente e melhorar a história partilhando amor e sentindo o calor.
Eu sei que vou cair, mas prometo levantar por nós.
Caí tantas vezes e houve sempre um após.

 Prometo também elevar uma irmã “de cor”

De cor.

Cor da terra, cor do amor,
Cor da graça, cor da dor,
Cor da vida, cor seja do que for.

A cor.

Como ousam desrespeitar a minha dor?

Sangro e caminho,
Não morro, sempre resisto.

Dei vida à tua vida,
Se vives é porque também vivo,
Se respiras é porque pari e respiro,
Se segues vivo é porque ainda existo,
Se te vês nos outros, é porque ainda persisto

Abençoei-te com mais vida e mesmo assim me inferiorizas

Pelo cabelo, pela boca
Pelo nariz e por cada cicatriz

Sou a mulher que sou e decidi me abraçar e abarcar nesta viagem sem fim,
Construir um amor por mim
Decidir o que é melhor para mim
Continuo a remar assim

Espero ter-te nesta viagem onde as ondas me acalmam, a turbulência é a passagem e cada volta uma imagem.




Navvab A. Danso

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